segunda-feira, 31 de julho de 2023

31 de julho

31 de julho


1886 – Bispo de Cuiabá em Ladário




Em sua primeira viagem ao Sul do Estado, dom Luis d'Amour, bispo de Cuiabá, depois de cumprir agenda em Corumbá, visita Ladário, conforme relato do cônego Bento Severiano da Luz, secretário do prelado:

Pela volta do meio dia chegamos ao Ladário, sendo S. Exa. recebido com todas as honras. Todos os oficiais tomaram seus uniformes de gala, os navios da flotilha estavam completamente empavesados e a companhia de aprendizes de marinheiros formou em continência, havendo as salvas de estilo ao saltar em terra o ilustre príncipe da igreja. Conduzido debaixo do pálio à capela, pegando as varas os mais graduados do préstito, ali o prelado fez oração, deu ao povo a bênção e o anel para beijar e recolheu-se à residência do digno comandante da flotilha, queimando-se em todo esse tempo muitas dúzias de fogos do ar.


À noite o arsenal esteve brilhantemente iluminado.
Possuídos de incomparável júbilo pela honrosa visita que recebiam, o sr. engenheiro Antonio de Abreu Coutinho com seus amigos resolveram organizar uma festa para o seguinte dia em homenagem à passagem ali do venerando pastor.

 


FONTE: Luis Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, Cuiabá, sd. página 141.

FOTO: Dom Luis (segundo a esquerda) com dom Aquino (de pé) seu sucessor.



31 de julho

1980 - Albert Sabin visita Santa Casa de Campo Grande

                          
  Sabin e D'Avila (foto acervo da Santa Casa)

No Brasil desde fevereiro, onde orientou campanha de vacinação contra a poliomielite em Santa Catarina e Paraná, esteve em Campo Grande, o médico e cientista, Albert Sabin, premio Nobel de Medicina, criador da vacina da gotinha, contra a paralisia infantil. Na capital de Mato Grosso do Sul, há notícia de sua visita à Santa Casa. O registro consta dos anais daquela entidade:


Em 31 de julho de 1980, com a grandiosa obra em fase de acabamento, dr. Arthur D'Avila recebe a visita ilustre de Albert Sabin que, de passagem pela região, quis conhecer o hospital. Único vivo dos 12 benfeitores da humanidade retratados em quadros no hall de entrada, Sabin estreia o livro de ouro do hospital, redigindo um "longa e rica mensagem", nas palavras do próprio Dr. D'Avila. Durante a visita à esposa de Albert Sabin, a brasileira Heloisa Dunshee Abrantes, se dirige ao anfitrião: "Dr. D'Avila, Albert está dizendo que seu hospital é mais bonito que o do Rio de Janeiro", e ele responde, "Dona Heloisa, agradeça ao professor o elogio, e que ele leve a certeza de que não contaremos aos nada cariocas", o que se seguiu de largas gargalhadas de todos. Ao visualizar a imponência externa da obra, passando pela Rua 13 de Maio, o pesquisador refaz o comentário, traduzido pela esposa: "Dr. D'Avila, Albert está me dizendo agora que seu hospital é, de fato, o mais bonito dentre todos que eleconheceu no Brasil". Possivelmente pelo serviço de imprensa do governo, este comentário vazou e foi publicado pelos jornais da época

FONTESanta Casa de Campo Grande (santacasacg.org.br)


 

sábado, 29 de julho de 2023

30 de julho

 30 de julho



1860 Leal liberta escravos em Paranaíba






Através de documento público o caudilho de Santana do Paranaíba, José Garcia Leal, concede liberdade a escravos:

Escritura de liberdade que passa capitão José Garcia Leal a seus escravos Francisco Benguela e sua mulher Maria Benguela, José Carapina, sua mulher Escolástica e seu filho Antonio Cezário Criolo e sua mulher Vitória Crioula e suas três filhinhas Eva, Teodora e Angélica, Valeriano Africano e sua mulher Joaquina Africana, Antonio Africano e sua mulher Matildes Crioula, José Pequeno Africano sua mulher Francisca Crioula, Rita Crioula, José Benguela, Joaquim Minas, Domingos Africano, Joaquim Novo Africano, Joaquim Crioulo, Matias Africano, Roque Africano, Manoel José Crioulo, Silvério Africano, Adão Africano, José Moçambique, João Grande, José Velho Africano, Julião Crioulo, como abaixo se declara.


Saibam quantos este público instrumento de escritura de liberdade virem que sendo no ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e sessenta, trigésimo da Independência do Império do Brasil, aos trinta dias do mês de julho do dito ano nesta vila de Santana do Paranaíba, província de Mato Grosso, em as casas de residência do capitão José Garcia Leal pessoas de mim conhecidas de que trato faço menção e dou fé aonde eu tabelião compareci e aí pelo capitão José Garcia Leal me foi dito perante as testemunhas ao diante nomeadas e assinadas que ele é senhor possuidor dos escravos Francisco Benguela e sua mulher Maria Benguela, José Carapina e sua mulher Escolástica e seu filho Antônio Cesário crioulo e sua mulher Vitória e suas três filhas Eva, Teodora e Angélica, Valeriano africano sua mulher Joaquina africana, Antonio africano sua mulher Matilde crioula, José pequeno africano sua mulher Francisca crioula, Rita crioula, José Benguela, Joaquim Minas, Domingos Africano, Joaquim novo africano, Joaquim crioulo, Matias africano, Roque africano, Manoel José crioulo, Silvério africano, Adão africano, José Moçambique, João grande, José velho africano, Julião crioulo, que os passou livres e desembargados de qualquer penhora, hipoteca ou outro qualquer ônus, e que pela presente escritura confere liberdade aos ditos escravos com a cláusula de lhe servir dois anos a contar desta data, sem mais outra cláusula ou condição do que a de lhe prestarem os serviços durante o tempo referido, e o farão como se ainda fossem seus escravos, prestando-lhe completa obediência e sujeitos a serem corrigidos por ele outorgante quando careçam, como se ainda se conservassem na escravidão e findo o dito tempo poderão usar desta alforria, que lhe é conferida gratuitamente, como lhes aprouver. Como assim o disse dou minha fé, me pediu que lançasse a presente em minha nota, o que eu tabelião o fiz como pessoa pública e aceito a presente por parte dos libertos tanto quanto a aceitar devo e a tudo foram testemunhas presentes Flávio Garcia Leal e Manoel Garcia da Silveira Leal.




FONTE: Arquivo Público de Mato Grosso do Sul, "Como se de ventre livre fosse...", Campo Grande, 1994, página 231.

29 de julho

 29 de julho



1866 – Paraguaios comunicam deportação de brasileiros de Corumbá


Charge do presidente paraguaio Francisco Solano Lopes, publicada durante a guerra



Ocupada ao final de 1864 por tropas paraguaias, no início da guerra da tríplice aliança, nessa data, o comando militar dos invasores, decide deportar para Assunção todos os homens da vila. O imigrante italiano Manoel Cavassa, sujeito desta história, ocorrida em Corumbá, faz o seu relato:

A 29 de julho de 1866, ao meio dia, chegou de Assunção um vapor paraguaio e as 2 horas da tarde o general mandou reunir no quartel-general todos os homens aqui existentes, sem distinção de nacionalidades, e disse-lhes que tinha recebido ordem do seu Supremo Governo para fazê-los seguir, os homens, todos sem exceção, para Assunção e que deviam todos estarem prontos para o dia da saída do vapor, sob pena de ser passado pelas armas aquele que então não estivesse pronto ou que opusesse obstáculo ao embarque.


Permaneciam todos calados; eu, porém, que não queria deixar aqui minha família, disse ao general que sem ela eu não embarcaria e seria o primeiro a ser passado pelas armas. Respondeu ele que minha família iria comigo se o vapor houvesse espaço. Retiramo-nos dali, cada qual o mais temeroso e preocupado pela sorte de sua família, pois que era manifesto empenho dos bárbaros, que ficassem aqui as famílias sós a mercê dos seus brutais caprichos. O meu vizinho Nicola Canale, que, além da sua família tinha a seu cargo a de seu cunhado, ausente, veio à minha casa chorando, desesperado ante a idéia de abandonar essas famílias às brutalidades daqueles homens. Repeti-lhe o que havia dito ao general: que sem minha família não embarcaria, lembrou-se então ele que tinha uma chata, na qual podiam ir nossas famílias, se eu conseguisse com o general que ela fosse a reboque do vapor. Concordei com ele e quando nos dirigíamos à residência do general, encontramo-nos com o commte., que, inteirado do que íamos fazer, disse-nos que não procurássemos naquela ocasião ao General, que estava ocupado, e que ele se encarregava de falar-lhe acerca da nossa pretensão. E de fato, no dia seguinte comunicou-me ele pessoalmente que o general, mesmo contra sua vontade, nos permitia levarmos nossas famílias na chata a reboque. Tratamos de preparar-nos, aprontamos a chata com a maior abundância de provisões de víveres, roupas, etc., levando para minhas despesas em Assunção, o dinheiro que então tinha em moeda papel brasileiro, na importância de cento e tantos contos.


A deportação ocorreu no dia 1° de agosto de 1866.



FONTE: Valmir Batista Correa e Lúcia Salsa Correa, Memorandum de Manuel Cavassa, Editora UFMS, Campo Grande, 1997, página 32.


29 de julho

1959 - Assassinado vereador que denunciou contrabandistas



É assassinado em Corumbá o vereador Edu Rocha (PSD). O principal suspeito como mandante do crime foi o chefe da alfândega da cidade, Carivaldo Salles, denunciado pelo edil como chefe de uma quadrilha de contrabandistas de automóveis. As denúncias veiculadas pela revista "O Cruzeiro", então o principal orgão da imprensa brasileira, ganharam repercussão nacionalO homicídio, segundo a revista carioca, ocorreu por volta das 21,30 h e foi descrito em detalhes:

Nessa noite havia sessão na Câmara de vereadores local. Edu Rocha era o líder da bancada pessedista e também o vereador mais votado do município. Já exercera as funções de presidente dcâmara e era apontado como o mais forte candidato a prefeito da cidade. Nessa noite, Carivaldo Salles, que nunca antes comparecera à câmara, assistiu à sessão, desde o começo e quase até o fim. Estava extremamente nervoso. Fumava um cigarro após outro. Durante todo o tempo em que permaneceu no recinto pelas janelas da câmara podia-se ver, furtivamente, a cabeça de elementos notoriamente apontados como pertencentes à "gangde contabandistas. Esses capangas olhavam para dentro do recinto, de soslaio, pelos cantos das janelas, um de cada vez, como se revezando na tarefa de dar cobertura ao "chefe" em caso de algum imprevisto. Quando Edu Rocha terminou seu discurso sobre assunto rotineiro da vida da cidade (nome a ser dado a uma praça pública), Carivaldo saiu e foi sentar-se em seu automóvel vermelho e capota cinza. Tal qual uma fera traiçoeira, ali fora esperar sua vítima. As declarações de numerosas testemunhas permitem compor fielmente o cenário do crime: o "jeep" de Edu Rocha estava estacionado diante da residência da sra. Laura Provenzano, ao lado da Câmara de Vereadores. A uns 5 metros adiante do "jeep", de frente para este e inclusive na contramão), estava parado, sob uma árvore, o carro de Carivaldo. No volante do automóvel, vigiava o capanga do inspetor, de nome César Aral, vulgo "Papito", pistoleiro de má fama e temido pela sua periculosidade. Viera do Paraguai, e em Corumbá prestava serviços a Carivaldo como guarda-costas e como motorista. No assento traseiro do veículo, meio oculto na penumbra, Carivaldo, que abandonara o recinto da Câmara antes do término da sessão, esperava a hora do drama. Quando os vereadores sairam, no final dos trabalhos, muitos deles permaneceram na calçada, conversando em grupos. Edu Rocha e seu colega Arquibaldo Andrade foram os últimos a deixar a porta da Câmara. Palestraram sozinhos durante alguns instantes, e, por fim, a convite de Edu, resolveram tomar um cafezinho. Edu passou por trás do seu "jeep" para alcançar o lado esquerdo do veículo. Quando abriu a porta para sentar-se ao volante, ouviu-se a rajada fatal, entrecortada por um gemido fraco. Arquibaldo Andrade, que se aprestava para entrar no "jeep" pela porta direita, mal teve tempo de voltar a cabeça e ainda assim sentiu grãos de pólvora bateram em seu rosto como chuvisco. Nesse momentoo porteiro da Câmara, Feliciano Rodrigues, que fechava a porta do edifício, caia ao chão, contorcendo-se em dores e pedindo socorro. Arquibaldo Andrade pode ver o carro vermelho de Carivaldo arrancar em debalada carreira, desaparecendo no fim da praça. Ao correr para pedir socorro, Arquibaldo viu, saindo de "um ponto qualquer do jardim", o lugar-tenente de Carivaldo, o valentão Artigas Vilalva, de quem tanto falamos em nossas reportagens sobre o contrabando. (...) 


Ao tombar ao solo, Edu Rocha já não tinha mais vida. Não era para menos. A rajada de metralhadora foi disparada quase à queima roupa, a mais ou menos dois metros de distância, de vez que o carro do assassino passou rente ao jipe do vereador. A metralhadora empregada foi do tipo "piripipi", muito usada na Bolívia e Paraguai. O laudo do exame cadavérico, assinado  pelos cirurgiões que autopsiaram o corpo de Edu, atesta a brutalidade do crime. O vereador foi atravessado por 5 balas que penetraram: a) na boca, destruindo os incisivos superiores;b) na região frontal esquerda; c) na região frontal direita;d) na região external (peito) no seu terço médio; e) na região paraexternal esquerda, para dentro da linha mediana.


Levado a juri em 24 de outubro de 1963, Carinaldo foi absolvido por 5 a 2.


FONTE: Revista O Cruzeiro (RJ), 27 de agosto de 1959.






29 de julho


1962 - Morre Manol Secco Thomé




Faleceu no Rio de Janeiro, aos 75 anos, de problema renal, o empresário português Manoel Secco Thomé, que chegou a Campo Grande em 1913, dedicando-se ao ramo da construção civil. Várias obras marcaram e ainda marcam sua longa passagem por Campo Grande e Sul de Mato Grosso. Em Campo Grande, os quartéis do bairro Amambaí; as vilas do oficiais do Exército na rua Barão do Rio Branco, avenida Duque de Caxias e praça Newton Cavalcanti; o Educandário Getúlio Vargas; o Hospital São Julião; a Santa Casa de Misericórdia; os Correios e Telégrafos, da avenida Calógeras com a Dom Aquino; a Associação dos Criadores, na rua 13 de Maio; o relógio da 14 com a Afonso Pena, demolido na década de 70; o canal do córrego Maracaju; e o obelisco da avenida Afonso Pena.
Em Miranda, sua firma construiu o colégio dos padres, a igreja matriz e a ponte sobre o rio para abastecimento da cidade; em Bela Vista, os quartéis do Exército; em Terenos, Ribas do Rio Pardo e Três Barras, unidades escolares no governo de Arnaldo Estevão de Figueiredo”. 



FONTE: Emilcy Thomé Gomes, Campo Grande 100 anos de construção, Enersul, Campo Grande, 1999, página 310.


29 de julho

1968 - Ditadura confina ex-presidente em Corumbá

                 
Janio Quadros no Hotel Santa Mônica, sua casa no exílio


O ministro da Justiça,  Gama e Silva, por ordem do presidente Costa e Silva, assina portaria impondo confinamento de 120 dias em Corumbá, ao ex-presidente Jãnio Quadros, acusado de práticas subversivas. Nos "considerandos" o documento apresenta como base da punição, o fato do ex-presidente vir se "manifestando sobre assunto de natureza política", qualificado como delito, nos termos da legislação em vigor. Revela que o ex-presidente, segundo investigação da Polícia Federal, "não só confirmou as entrevistas de natureza política, que concedeu à imprensa do país, assim como acrescentou que após ter sido seus direitos políticos suspensos, tem mantido constantes visitas e solicitações de natureza política, envolvendo ou interessando o declarante".

A decisão do governo acrescenta ainda como justificativa, que Janio Quadros "revela o indisfarçável propósito de promover movimentos da opinião, contrariando os princípios da Revolução de 31 de Março, podendo por em risco a propria ordem política e social, cuja preservação deve ser mantida pela autoridade pública, impondo-se, portanto, no interesse geral, a aplicação conveniente e adequada medida de segurança, sem prejuízo da ação penal correspondente à infração cometida".¹ 

FONTE: Diário de Notícias - RJ - 30 de julho de 1968.  

FOTO: Jornal do Brasil, 9Rio).



28 de julho

28 de julho




1910 - Relatório otimista sobre Corumbá 



Corumbá na década de 10 do século XX 




O intendente geral do município de Corumbá, João Batista de Oliveira Brandão Júnior, dirige à Câmara Municipal relatório muito promissor sobre as atividades econômicas da cidade:

A cidade aumenta de uma maneira extraordinária. A população cresce descomunalmente. As construções prediais se realizam por centenas. O comércio expande-se e multiplica-se vertiginosamente. As pequenas indústrias merecem já menção especial e tendem a acompanhar a marcha célere do desenvolvimento dos demais ramos da atividade. Em consequência disso a fortuna particular vai também crescendo numa correspondente proporção. Ao lado de proletários, trabalhadores de todos os ofícios, entram igualmente letrados, homens de comércio, industrialistas e muitos portadores de capitais.


Tudo isso é espontâneo, provêm da nossa boa situação geográfica, resulta do fato de que Corumbá é e será em todos os tempos o entreposto comercial mais importante de todo o Estado.



Quatro anos depois, Corumbá iniciaria longo período de declínio econômico com a chegada da estrada de ferro, que desativaria gradualmente as atividades portuárias, transferindo para Campo Grande as principais atividades empresariais do Sul do Estado.



FONTE: Lúcia Salsa Correa, Corumbá, um núcleo comercial na fronteira de Mato Grosso 1870-1920, edição da autora, Corumbá,1981, página 105.

FOTO: Album Grafico de Mato Grosso, 1914.






28 de julho


1932 Guerra civil: publicado decreto criando Tesouro do Estado


Decreto do governo revolucionário de Mato Grosso, com sede em Campo Grande, cria o tesouro do Estado e adota outras medidas fiscais:

Decreto n° 3. O Dr. Vespasiano Barbosa Martins, governador do Estado de Mato Grosso decreta:


Art. 1o. - Fica criada nesta cidade, sede provisória do Governo, uma secção do Tesouro do Estado para atender aos serviços da Fazenda, até a normalização da administração pública.


Art. 2o. - A secção do Tesouro funcionará no edifício da Municipalidade tendo um inspetor, que será o tesoureiro do município; um secretário; um tesoureiro e anuenses preciso, tirados entre o funcionalismo municipal.


Art. 3o. A escrituração será feita em livros especiais, forma do Regulamento e demais leis em vigor.


Art. 4o. - A secção do Tesouro fica subordinada às coletorias, mesas de renda de Corumbá e delegacia do Norte.


Art. 5o. - Ficam suspensos os pagamentos no Tesouro em Cuiabá, conforme a ordem de 13 do corrente mês de julho e nas coletorias, mesa de renda e delegacia do Norte, tudo subordinado a esta secção. 


Art. 6o. - A gratificação dos funcionários será fixada no Regulamento complementar deste decreto.


Art. 7o. - Revogam-se as disposições em contrário. Sede provisória do Governo do Estado, em Campo Grande, 26 de julho de 1932. (aa) Dr. Vespasiano, governador do Estado, Arlindo de Andrade Gomes, secretário geral interino.” 




FONTE: Jovam Vilela da Silva, A divisão do Estado de Mato Grosso,uma visão históricaEditora UEMT, Cuiabá, 1996, página 147.


28 de julho

1941 - Corumbá recebe o presidente Getúlio Vargas


"Corumbá, 28 (A.N.) - o 'Looked 05', pilotado pelo capitão Nero Moura, conduzindo o presidente Getúlio Vargas, acaba de descer nesta cidade. São precisamente 18.20 horas. O chefe do Governo foi recebido pelo interventor Júlio Müller, general Pinto Guedes e outras altas autoridades civis e militares. Estão sendo prestadas a S. Excia. calorosas homenagens". Assim o Jornal do Brasil (RJ) registra o desembarque do presidente na cidade branca, na sequencia de ampla reportagem da visita histórica de um primeiro chefe da nação ao município, iniciada com o clima reinante antes da chegada do presidente:

Corumbá preparou-se ativamente para receber o sr. Getúlio Vargas, o primeiro presidente da República que a visista. As ruas estão engalanadas com bandeiras e flâmulas brasileiras e bolivianas; preparou-se uma iluminação caprichosa e esta profusão de preparativos dá à longínqua cidade de Mato Grosso um aspecto festivo, próprio de uma solenidade dessa natureza. Os hoteis estão repletos, as residências particulares cheias de visitantes ilustres, os automóveis todos todos ocupados para os dias de permanência de S. Ex. Nota-se assim um movimento desusado sendo uníssonos os comentários em torno da personalidade do presidente, que realiza a marcha para o Oeste, entre inexcedíveis manifestações de estima e apreço para o grande dirigente do Brasil. Acham-se em Corumbá o ministro Aristides Guilhem, o interventor Júlio Müller, ministro Davi Alvestegni, da Bolívia, convidado especial do governo do Brasil; general Mário Pinto Guedes, comandante da 9a. Região Militar; introdutor diplomático Lauro Müller Filho, além de numerosos prefeitos dos municípios do Estado, autoridades federais, estaduais e municipais.

Ressalta dos comentários o grande empreendimento da Estrada de Ferro Brasil-Bolívia, construída pela Comissão Mixta Ferroviária que impulsionará o progresso do país vizinho paralelamente ao de uma rica região brasileira
.

Mais adiante o jornal carioca passa a ocupar-se da presença do presidente em solo pantaneiro:

Esta cidade recebeu entre as mais calorosas manifestações de apreço e simpatia o presidente Getúlio Vargas. Depois de ser saudado no aeroporto pelo interventor Júlio Müller, o chefe do governo dirigiu-se para o Palácio do Estado, sendo durante todo o percurso, ovacionado pela massa popular. Da sacada do palácio, S.Ex. assistiu o desfile escolar para, em seguida, no salão nobre, receber os cumprimentos das altas autoridades federais, estaduais e municipais.

De todos os pontos de Mato Grosso têm chegado ao sr. Getúlio Vargas numerosas mensagens de saudação e boas vindas, numa significativa exaltação à marcha para o Oeste. 

Uma das principais agendas da visita de Getúlio a Corumbá foi o encontro protocolar do presidente brasileiro com o ministro das relações exteriores da Bolívia, Alberto Ostria Gutierrez, em Arroyo Concepcion, território boliviano na "Ponta dos Trilhos", da ferrovia Brasil - Bolívia, a 70 quilômetros de Corumbá.

O prefeito da cidade, Otávio da Costa Marques, ouvido pela Agência Nacional, resumiu a importância da visita presidencial:

Corumbá vive instantes inesquecíveis e de grande vibração patriótica. Engalana-se para receber com verdadeiro entusiasmo cívico o eminente presidente da República, visita que representa acontecimento de alta significação, sem dúvida o mais eloquente de toda sua vida republicana.

Pela primeira vez, Mato Grosso tem a honra de homenagear, em pessoa, o chefe da nação. Esta oportunidade é a afirmação vitoriosa da "Marcha para o Oeste, que vem integrar o sertão esquecido e abandonado, ao Brasil Novo, palpitante de fé e de esperança nos destinos da nacionalidade. É grande a minha satisfação em encontrar-me, neste momento auspicioso, na superintendência dos negócios municipais de Corumbá, para, assim, ter a honra de juntar o meu decidido apoio, a minha colaboração e justa homenagem na recepção ao Chefe da Nação. É propósito do meu prezado amigo, sr. Júlio Müller dar à visita presidencial a melhor demonstração de carinho e de reconhecimento ao eminente presidente, por tudo que já tem feito em prol do nosso Estado e, assim, estou certo, Corumbá terá ocasião de manifestar que não discrepa uma linha desse sadio objetivo o qual, aliás, é o mesmo que anima todo o Estado nesse memorável momento de sua vida.

O presidente estendeu sua viagem até Assunção, no Paraguai, e Campo Grande, encerrando o longo percurso em Cuiabá, de onde retornou ao Rio de Janeiro, no dia 8 de agosto seguinte.


FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 29 de julho de 1941.

FOTO: postagem de João Gualberto Cabral em Facebook/Memórias de Corumbá



quinta-feira, 27 de julho de 2023

27 de julho

 27 de julho



1862 - Ligação fluvial Corumbá, Goiás e Minas Gerais

Deixa Corumbá com destino a Coxim o vapor de guerra Alpha, sob o comando do capitão e engenheiro Lobo d'Eça, que, por ordem do presidente da província deverá fazer levantamento das condições da navegabilidade do rio Taquari, a partir daquela localidade até suas cabeceiras, de modo a utilizá-lo "a fim de por ele descerem as canoas que possam introduzir os produtos das províncias de Goiás-Minas Gerais, e levarem mercadorias, que por certo ficarão mais baratas que as remetidas do Rio de Janeiro".

FONTE: Correio Mercantil (RJ), 9 de agosto de 1862.

27 de Julho

1904 – Nasce em Cuiabá, João Ponce de Arruda








Nasce na capital de Mato Grosso, João Ponce de Arruda. Engenheiro civil, político, jornalista e poeta. Foi prefeito de Cuiabá, presidente da Junta Executiva Regional de Estatística, presidente do Diretório da Geografia e secretário geral do Estado de Mato Grosso. Deputado estadual em 1935 e federal em 1945, chegando a líder do PSD na Câmara dos Deputados. 

Governador do Estado entre 1956 e 1961, criou e instalou a Cemat, Centrais Elétricas de Mato Grosso, que se tornou concessionária desses serviços nos municípios de Cuiabá, Rosário Oeste, Ladário, Corumbá, Aquidauana e Campo Grande.¹ Como deputado constituinte, em 1945, Ponce foi o autor da emenda às disposições transitórias da nova carta, acabando com o território federal de Ponta Porã.²

Faleceu em 17 de maio de 1979 em sua cidade natal.



FONTES: ¹Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973. Página 23. ²Demósthenes Martins, Poeira da Jornada, edição do autor, Campo Grande, página 125.




27 de julho


1914 - Nasce em Campinas Elias Gadia, dirigente esportivo em Campo Grande






Estádio Elias Gadia, transformado em centro poliesportivo

Nasceu em Campinas (SP), Elias Gadia.

Concluiu o curso de contabilidade em 1931 e passou a interessar-se pelo futebol, chegando a jogar em times expressivos como o Guarani e a Ponte Preta. Mudou-se para Marília, onde morou por quatro anos e de onde, em 1936, veio para Campo Grande, para o serviço militar.

Em Campo Grande foi incorporado ao 18° Batalhão de Caçadores e dedicou-se ao esporte local, fundando com seu colega de farda, Belmar Fidalgo e outros aficcionados, a Lema, Liga Esportiva Municipal Amadora, da qual foi secretário. Jogou no Operário Futebol Clube e no Juventus Esporte Clube, presidido por Avelino dos Reis.


Em 1941 fundou o Andaraí Esporte Clube, equipe formada por militares do 18° BC,campeã da cidade, de 1941 a 1945. 


A LEMA virou LEMC, Liga Esportiva Municipal Campograndense e ele continuou seu secretário. Desde a fundação da entidade, em 1938, até o final de 1973, Elias Gadia participou de todas as suas diretorias, tendo sido além de secretário, presidente em quatro gestões.


“No crepúsculo de sua vida, Elias Gadia receberia ainda a maior homenagem que Campo Grande lhe prestaria, pela prefeitura municipal, quando prefeito Levy Dias, que, por decreto municipal, outorgou o nome o nome dele para o estádio de futebol da vila Taveirópolis, que acabara de ser construído”. 




FONTE: Elias Gadia Filho, Elias Gadia, O atleta que defendeu com determinação o esporte amador, in Campo Grande: personalidades históricas, (vol I) Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 31.

30 de junho

  30 de junho 1791  –  Guaicurus recebem carta patente Guaicurus, os senhores do Pantanal Os chefes guaicurus Queima e Emavidi Xané são agra...