2 de março
1910 -Rondon serviço de proteção aos ao índios
Em carta de2 março de 1910, assinada pelo ministro Rodolfo Miranda, de Agricultura, Indústria e Comércio, do governo de Nilo Peçanha, Rondon é oficialmente convidado para a direção do recém-criado Serviço de Proteção aos Índios:
Exmo. Sr. Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon:
Visa a presente carta revestir de cunho oficial o convite que, pessoalmente, vos dirigi em nome da causa de nossos silvícolas.
A espontaneidade da escolha de vosso nome para fomentar e dirigir a catequese que o Governo da República deliberou empreender é a consagração formal da conduta humanitária, generosa, que tanto vos recomendou à confiança do indígena, na longa e heróica jornada que realizastes em zonas até então vedadas aos mais audaciosos exploradores.
Quem, denodadamente e com rara abnegação, sacrificou a sua quietude, a calma do lar, a sua própria vida, por bem servir à nação; quem pode fazer do indígena a plenitude do seu domínio no seio das florestas, defendido dos artifícios da civilização pelas asperezas da vida inculta - um amigo, um guia cuidadoso, reúne, sem dúvida, os requisitos de bondade, de altruísmo que devem caracterizar a campanha que há de redimir do abandono os nossos silvícolas e integrá-los na posse de seus direitos.
Não cabe ao Governo insistir em práticas seculares que falharam aos seus ideais, revelando-se, no longo decurso do seu predomínio, baldas de prestígio para deter a corrente da raça varonil que votava à escravidão e ao extermínio. Cumpre-lhe, ao contrário, constituir, em bases novas, a catequese, imprimir-lhe a feição republicana, fora do privilégio de castas, sem preocupação de proselitismo religioso, constituindo serviço especial centralizado na Capital, com irradiação pelos Estados onde se torne necessária a ação que é chamado a exercer, pacientemente e sem intermissão de esforços.
A direção superior desse serviço vos será confiada, se aquiescerdes à consulta que ora vos faço, antes das formalidades oficiais de requisição ao Ministério a quem pertenceis, e tenho bem radicada em meu espírito a confiança de que será satisfeita a aspiração comum, mediante o influxo de vossa cultura científica, de vossa capacidade moral, de vossa fé republicana e da energia de vontade que vos faz o primeiro dentre os exporadores do território brasileiro.
Em carta de 14 de março seguinte ao ministro Rodolfo de Miranda, o coronel Rondon aceita o convite e apresenta uma série de medidas que deveria tomar para cumprir a missão.
FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1968, página 338.
02 de março
1967 - Governador Pedrossian demitido da Rede Ferroviária Federal
Estourou como uma bomba a notícia da demissão do governador Pedro Pedrossian de seu cargo na Rede Ferroviária Federal, na qual foi dirigente da Estrada de Ferro Noroeste, até sua eleição para a chefia do executivo do Mato Grosso:
Brasilia (Sucursal) - O marechal Castelo Branco demitiu, a bem do serviço público, o governador de Mato Grosso, Sr. Pedro Pedrossian, do cargo que ocupava como engenheiro na Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.
Em consequência, a cassação do mandato do Governador passou a ser aguardada nos meios políticos, onde recrudesceram os rumores de que o presidente da República dará início a uma nova série de punições.
MOTIVOS - O ato de demissão do Sr. Pedro Pedrossian, referendado pelo Ministro Juarez Távora, foi publicado no Diário Oficial de ontem.
Nele se lê que o governador de Mato Grosso, quando ocupava o cargo de Diretor da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, praticou as seguintes infrações ao Estatuto dos Servidores Públicos: 1) crime contra a administração pública; 2) aplicação irregular de dinheiro público; 3) uso de poder pessoal da função pública; 4) aliciamento e coação de subordinados com objetivo de natureza partidária. (JB, 03/03/1967)
O ato do presidente Castelo Branco foi o estopim de um processo da oposição, que quase ocasionou no impeachment do governador.
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