segunda-feira, 30 de outubro de 2023

26 de novembro

26 de novembro

1908 - Autoridades de Bela Vista apelam contra Bento Xavier

Em carta enviada ao coronel José Alves Ribeito, o coronel Jejé, em Aquiauana as autoridades constituídas de Bela Vista pedem socorro ao governo do Estado para a situação daquele município, invadido por forças do coronel Bento Xavier:

Bela Vista, 26-11-908

Coronel José Alves Ribeiro.

Aqui reunidos numerosos amigos diversas localidades Sul do Estado.

A situação que tão bem se afirmava depois das providências do governo expulsando deste rico e próspero território os desordeiros chefiados pelo caudilho Bento Xavier, foi-se afrouxando com a retirada da maior parte dos contingentes destacados na fronteira e terminou pela nova invasão que espalhou o pânico e a desordem por toda parte.

Por falta de garantias e de apoio material, todas as autoridades locais, tanto judiciárias como administrativas e policiais, tiveram de fugir, abandonado suas famílias, seus domicílios e os cargos públicos que ocupavam. 

Todos os cidadãos conservadores e amigos da ordem, obedientes às leis e ao governo, foram obrigados a correr espavoridos, percorrendo longas distâncias a pé, pelos matos, pelos pântanos, seguindo alguns até Corumbá, em busca de um canto onde a desordem e as depredações ainda não tivessem chegado.

Os comerciantes obrigados a abandonar suas casas com mercadorias, à disposição dos assaltantes, e os fazendeiros ainda uma vez foram roubados, sendo-lhes subtraídos grande quantidade de boiada e cavalhada.

A justiça deixou de ter servidores, a administração inteiramente suspensa; tudo perturbado, tudo em desordem.

 As próprias eleições municipais e estaduais não tiveram lugar na época legal, devido ao império do arcabuz. É certo que o governo não podia ser nem mais enérgico, nem mais solícito; entretanto, a grande distância, a enorme dificuldade dos transportes, deram lugar a que, durante 40 dias, permanecesse a deplorável situação narrada.

Temos refletido maduramente sobre as condições em que nos encontramos, e concluímos sempre sobre a necessidade de abandonar definitivamente as nossas propriedades.

 Todos os proprietários, industriais, comerciantes e fazendeiros desta região estão convencidos de que a anarquia, o desrespeito à propriedade e a falta de garantias à vida dos cidadãos vai se constituindo um regime definitivo nestas paragens.

Que fazer diante disso? Não se trata de uma questão política que se poderia solver por um acordo; o que ocorre aqui é o desacato, o roubo e a selvageria, cometidos por bandos que certos da impunidade, lançam-se resolutamente a atacar os cidadãos a altas horas da noite, de bacamarte, espingardeando os indefesos, mutilando os que pretendem opor-lhes resistência e roubando às escâncaras para irem banquetear na vizinha República do Paraguai, onde hoje se encontram reunidos em grande número armado, festejando com as próprias autoridades vizinhas, a data da independência dessa desorganizada República.

Nesta conjectura, só resta um alvitre: - é apelarmos para o benemérito governo do coronel Pedro Celestino, nossa última esperança.

Pedimos providências capazes de permitir aos habitantes do sul o seu regresso aos lares. Parece-nos que essa providência só pode ser a criação de uma sub-chefia de polícia apoiada com força capaz. Essa sub-chefia, porém, de nada servirá se o governo não nomear pessoa na altura do cargo e da situação, que exigem energia e força.

Sabemos que o governo e o emérito chefe político depositam a máxima confiança no dr. Brandão: pois bem, os nossos votos coincidem nesse mesmo ilustre e abnegado amigo. Assim pois lhes comunicamos os nossos de como pensamos. Se estiverdes de acordo, rogamos em nome do povo das comarcas do sul, apresentar este ao ex.mo sr. presidente do Estado, rogando pronta resposta.

Abraços. - Zózimo F. Gonçalves, Atanásio de Almeida Melo, Eduardo Peixoto, Oscar de Souza, Clemente Gonçalves Barbosa, José Martins Barbosa, João Crisostomo de Moraes, Antonio Gomes, Tenente Arruda, filho, Justino Leite da Silva, Candido Pinheiro, Ernesto Vilas Boas, Gabriel de Almeida, Bernardino F. Lopes, Antonio Diogo Garcia de Sousa, Afonso Loureiro e Militão Loureiro.14

  FONTE: O Autonomista (Corumbá), 02-01-1909

 

26 de novembro


1922 - Desfalque milionário na alfândega de Corumbá

Sob o título "Peculato", jornal da capital publica a seguinte notícia:

"Encontra-se preso por ordem do dr. Manoel Paes de Oliveira, Delegado Fiscal, o tesoureiro da alfândega de Corumbá contra quem foi verificado um desfalque de 67:427$000.

Já foram tomadas todas as providências no sentido de serem penhorados os bens que porventura possua o responsável e impedida qualquer alienação que pretenda fazer, medidas essas solicitadas da Procuradoria da República junto ao Juízo Federal.

O sr. Delegado Fiscal, de acordo com a solicitação que fez ao sr. Ministro da Fazenda, já designou o sr. 1° secretário Anselmo Liberato de Oliveira para proceder a tomada de contas do acusado afim de ser apurado o seu alcance integral, devendo esse graduado funcionário seguir na primeira oportunidade para a vizinha cidade. Em virtude desse desfalque está aberto na referida Alfândega rigoroso inquérito para apurar todos os responsáveis e corresponsáveis. Ainda em virtude de crime de peculato o sr. Delegado Fiscal remeteu ao Juízo Federal, por intermédio da Procuradoria da República, a tomada de contas do ex-coletor federal federal de Aquidauana Manoel de Castro Pinto, que se acha preso nesta capital, cuja responsabilidade foi totalmente apurada, continuando a serem tomadas as contas dos ex-coletores Humberto Coutinho e Manoel Dias de Pinho, respectivamente de Ponta Porã e Campo Grande e que se acham foragidos na República do Paraguai, a fim de ser contra os mesmos e a sua revelia instaurado o respectivo processo criminal. Todos esses trabalhos de tomada de contas estão confiados a competência do respectivo escriturário".

FONTE: O Matto-Grosso (Cuiabá), 26/11/1922.

26 de novembro

1937: Brasil-Bolívia: assinado protocolo de transporte e petróleo

Os ministros das Relações Exteriores do Brasil e da Bolívia firmam em La Paz, protocolo sobre construção de ferrovia e incremento ao comércio de petróleo entre os dois países:

"O protocolo compreende a aprovação das conclusões e recomendações da Comissão Mista, constituída de representantes dos dois países. Baseando-se nos mesmos, os dois países se comprometem a negociar um acordo que regulamente a execução do tratado de 25 de dezembro de 1928, sobre a construção da estrada de ferro entre Brasil e Santa Cruz. Negociarão também um tratado destinado a regular a saída e o aproveitamento do petróleo boliviano pelo Brasil. Os dois governos deverão apressar os estudos da Estrada de Ferro de Santa Cruz até um ponto entre Corumbá e Porto Esperança. A Comissão Mista de técnicos ferroviários iniciará dentro de 60 dias os estudos. O Brasil adiantará os recursos para as despesas gerais, dos quais metade será reembolsada pela Bolívia.

A Comissão Mista, encarregada da questão do petróleo, começará os estudos dentro de 60 dias, fazendo sondagem para determinar o valor da zona petrolífera de Parapety, no Norte. As respectivas despesas estão orçadas em um milhão e 500 mil dólares. Os dois governos facilitarão os trabalhos das comissões ferroviárias e petrolíferas".

FONTE: Correio Paulistano, 27/11/1937. 


26 de novembro
 
1959 – Janistas de Campo Grande contra a renúncia do candidato


O ex-governador Jânio Quadros, favorito à sucessão de Juscelino Kubsticheck, decide desistir da candidatura no início da campanha. Correligionários de todo o Brasil empreenderam uma verdadeira cruzada contra a renúncia, o que pesou em sua reconsideração. 

De Campo Grande, o futuro presidente da República recebeu do Centro Cívico Jânio Quadros o seguinte telegrama:

Surpreendidos comunicados radiofônicos, noticiando renúncia candidatura presidência da República, apesar alheios motivos vos forçaram tão séria decisão, apressamos externar V. Exa. nossa profunda decepção, grandes aborrecimentos diante impacto veio nos ferir esta altura acontecimentos, quando já conduzimos bandeira redenção nossa pátria representada Vosso digno nome acerca um ano. Fazemos apelo V. Exa. reconsidere ato assumindo comando todos janistas brasileiros, vosso nome representa esperança nossa gente, certeza vitória e segurança dias melhores nosso malfadado Brasil. Confiamos decididamente espírito patriótico de V. Exa. nessa hora grave nossa existência não recuarás diante imposição de grupos ou cúpulas políticas, não representam verdadeiros anseios homens de bem deste país.


Cordialmente,
Dr. Ladislau Marcondes, presidente Centro.


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